AUTOESTIMA E IGUALDADE DE OPORTUNIDADES NO ÂMBITO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS: UMA ABORDAGEM A PARTIR DA TEORIA MORAL DE JOHN RAWLS

Adriana Timoteo dos Santos Zagurski

Resumo


SELF-ESTEEM AND EQUAL OPPORTUNITIES WITHIN PUBLIC POLICIES: AN APPROACH FROM THE MORAL THEORY OF JOHN RAWLS

RESUMO: A grande desigualdade social e econômica existente no Brasil e no mundo requer uma política de enfrentamento dessas questões, de modo a possibilitar melhor distribuição de renda e igualar oportunidades. As pessoas sem oportunidades, em sua maioria, não desenvolvem plenamente suas capacidades, não conseguem fazer opções desejáveis em termos sociais e são mais vulneráveis. Entre as políticas públicas que buscam propiciar oportunidades e capacitar pessoas para fazer escolhas, destacam-se aquelas que investem na autoestima e na igualdade de oportunidades, conforme a teoria moral elaborada por John Rawls. Segundo esse autor, a autoestima e a igualdade de oportunidades são valores que devem ser cultivados de forma a corrigir distorções e possibilitar uma sociedade mais igualitária. Por meio de análise bibliográfica, destacaram-se, aqui, algumas políticas que agem nesse sentido, tais como: a alfabetização de adultos, a prevenção e o combate à violência contra a mulher e a valorização dos idosos. Ambas possuem, entre os seus objetivos, fomentar a autoestima das pessoas e promover oportunidades como forma de capacitar pessoas para enfrentarem situações adversas e atingir maior nível de desenvolvimento.

PALAVRAS-CHAVE: políticas públicas; autoestima; igualdade de oportunidades; John Rawls.

ABSTRACT: The great social and economic inequality existent in Brazil and in the world requires a confrontational policy of these issues in order to enable better distribution of income and equal opportunities. People without opportunities, in their majority, do not fully develop their abilities, are unable to make desirable social choices and are more vulnerable. Among the public policies that seek to provide opportunities and empower people to make choices, those that invest in self-esteem and equal opportunities are highlighted, according to the moral theory developed by John Rawls. According to this author, self-esteem and equal opportunities are values that should be cultivated in order to correct distortions, and allow a more egalitarian society. Through bibliographic review, some policies that act in this direction stood out, such as: adult literacy, prevention and combat of violence against women, and exploitation of the elderly. Both have among their objectives, the fostering of people’s self-esteem and promotion of opportunities as a way to empower people to face adversity and achieve higher level of development.

KEYWORDS: public policies; self-esteem; equal opportunities; John Rawls.

SUMÁRIO: Introdução; 1 A teoria de John Rawls; 2 Políticas públicas; Conclusão; Referências.

SUMMARY: Introduction; 1 The theory of John Rawls; 2 Public policies; Conclusion; References.


Texto completo:

PDF

Referências


ALBERNAZ, Renata Ovenhausen; AZEVÊDO, Ariston; CAMARA, G. D. A propositura de justiça social rawlsiana e seus limites às realidades latino-americanas. VIII Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), Gramado/RS, Anais Eletrônicos do VIII Encontro da ABCP, 2012.

ANDRADE, Ankilma do Nascimento et al. Percepção de idosos sobre grupo de convivência: estudo na cidade de Cajazeiras/PB. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 39-48, mar. 2014. Disponível em: . Acesso em: 5 dez. 2015.

ANGST, Rosana. Psicologia e resiliência: uma revisão de literatura. Revista Psicologia Argumento, v. 27, n. 58, 2009. Disponível em: . Acesso em: 28 jul. 2015.

APPIO, Eduardo. Controle judicial das políticas públicas no Brasil. Curitiba: Juruá, 2006.

BARBOSA, Ana Carla de Morais Andrade. Os direitos fundamentais sociais nas teorias de John Rawls, Michael Sandel e Ronald Dworkin. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2015.

BRASIL. Portal Brasil. PNAD 2012: cai o percentual de pessoas sem instrução. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2015.

______. Proposta curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental, 2002. 148 p. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2015.

______. Programa de Prevenção, Assistência e Combate à Violência Contra a Mulher – Plano Nacional: diálogos sobre violência doméstica e de gênero: construindo políticas públicas. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Brasília: A Secretaria, 2003. Políticas públicas estratégicas na proteção às mulheres. Márcia Camargo e Silvia de Aquino. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2015.

______. Termo de referência. Secretaria Especial de Políticas para Mulheres. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2015.

______. Manual de enfrentamento da violência contra a pessoa idosa. É possível prevenir. É necessário superar. Texto de Maria Cecília de Souza Minayo. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 2014. Disponível em: .Acesso em: 30 jul. 2015.

DWORKIN, Ronald. A virtude soberana. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

FARAH, Marta Ferreira Santos. Gênero e políticas públicas. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 12, n. 1, p. 47, jan. 2004. ISSN 0104-026X. Disponível em: . Acesso em: 5 dez. 2015.

FERES JUNIOR, João; CAMPOS, Luiz Augusto. Liberalismo igualitário e ação afirmativa: da teoria moral à política pública. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 21, n. 48, dez. 2013. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2015.

FERRAZ, Octavio Luiz Motta. Justiça distributiva para formigas e cigarras. Novos Estudos – Cebrap, São Paulo, n. 77, mar. 2007. Disponível em: . Acesso em: 28 jul. 2015.

HOROCHOVSKI, Rodrigo Rossi. Empoderamento: definições e aplicações. 30º Encontro anual da ANPOCS. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2015.

MARINHO, Mágia Pessoa de Andrade et al. Rejeição e baixa auto-estima: agravantes dos conflitos geracionais na modalidade EJA. Disponível em: . Acesso em: 29 jul. 2015.

OLIVEIRA, Neiva Afonso; ALVES, Marcos Alexandre. Justiça e políticas sociais na teoria de John Rawls. Sociedade em Debate, Pelotas, 16 (1): 25-43, jan./jun. 2010. Disponível em: . Acesso em: 20 jul. 2015.

ONU-HABITAT. Programa de las Naciones Unidas para los Asentamientos Humanos. Estado de las ciudades de América Latina y el Caribe, 2012. Rumo a uma nueva transcición urbana. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2015.

PESQUISA Instituto Avon/Data popular. Violência contra a mulher: o jovem está ligado? Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2015.

PINHEIRO, Maria Jaqueline Maia; FROTA, Maria Helena de Paula. As Casas-abrigo: política pública de proteção à mulher vítima de violência doméstica. O Público e o Privado, n. 8, jul./dez. 2006. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2015.

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Relatório de Desenvolvimento Humano, 2014 – “Sustentar o progresso humano: reduzir as vulnerabilidades e reforçar a resiliência”. Disponível em: . Acesso em: 17 jun. 2015.

RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

ROHLING, Marcos. Políticas públicas, educação e a teoria da justiça de Rawls. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2015.

ROHLING, Marcos. Uma interpretação do direito à educação à luz da teoria de Rawls. Educação, Porto Alegre, v. 38, n. 3, p. 389-403, set./dez. 2015 (impresso). Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2016.

SANTOS, Lúcia Maria Oliveira et al. Resiliência e auto estima em idosos assistidos na rede de atenção básica de saúde em Natal/RN. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2015.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 16, n. 2, p. 5-22, jul./dez. 1990.

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

SOARES, Hector Cury. O controle de constitucionalidade das políticas públicas no Brasil e a importação de modelos de controle de constitucionalidade pela Constituição de 1988. Revista de Direito Econômico e Socioambiental, Curitiba, v. 2, n. 1, p. 121-150, jan./jun. 2011. Disponível em: . Acesso em: 24 jun. 2015.

TRAVERSINI, Clarice Salete. Autoestima e alfabetização: o que há nessa relação? Cadernos de Pesquisa, v. 39, n. 137, p. 577-595, maio/ago. 2009. Disponível em: . Acesso em: 29 jul. 2015.

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da prática. Brasília: Unesco, 2008. 212 p. Disponível em: . Acesso em: 20 jul. 2015.

WICHMANN, Francisca Maria Assmann et al. Grupos de convivência como suporte ao idoso na melhoria da saúde. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2013; 16(4):821-832. Disponível em: . Acesso em: 5 dez. 2015.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2017 Adriana Timoteo dos Santos Zagurski