QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, SÍNDROME DE BURNOUT E OS IMPACTOS NEGATIVOS DA AUTOMAÇÃO: COMO CONCILIAR CRESCIMENTO ECONÔMICO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

Gina Vidal Marcílio Pompeu, Cezar Luiz Bandiera

Resumo


FOURTH INDUSTRIAL REVOLUTION, BURNOUT SYNDROME AND THE NEGATIVE IMPACTS OF AUTOMATION: HOW TO CONCILIATE ECONOMIC GROWTH AND HUMAN DEVELOPMENT

ÁREA(S): direito do trabalho.

RESUMO: Por meio deste trabalho, busca-se aprofundar o estudo entre o paradigma das mudanças tecnológicas já irreversíveis e a responsabilidade social das empresas, especialmente no que concerne à proteção dos empregos em face da automação, conforme a previsão constitucional e as mudanças estruturais e conjunturais decorrentes da quarta revolução industrial em andamento. Na automação, ocorre a substituição do trabalho humano por máquinas, as quais são mais eficientes, céleres e econômicas. As vantagens dessa evolução – como a rapidez da produção de bens – contrapõem-se ao desemprego e à disparidade social que ela causa. Historicamente, os trabalhadores concorreram com a evolução dos métodos de produção, notadamente automação e robótica, desde a primeira revolução industrial, sendo substituídos por máquinas mais eficientes, o que gerou a obsolescência do ser humano. Nesse entrechoque humanos versus máquinas, empresas que buscam mais eficiência nos meios de produção e lucro levam os trabalhadores a flexibilizar seus direitos perdendo outros, de modo a tentar manter assim seu emprego. Atravessa-se a chamada quarta revolução industrial, marcada pela convergência do mundo físico, digital e biológico, mas que afetará o mercado e gerará uma distribuição desigual da renda. Os resultados influenciarão consideravelmente a questão de segurança dos Estados e a configuração geopolítica mundial, até mesmo na questão da ética e da moral. A metodologia utilizada neste artigo é a análise de dados estatísticos e de referencial doutrinário e legislativo para, por fim, oferecer crítica e apresentar resultados conciliadores entre crescimento econômico e desenvolvimento humano.

ABSTRACT: This work seeks to deepen the study between the paradigm of irreversible technological changes and the social responsibility of companies, especially regarding the protection of jobs against automation, according to constitutional forecast and the structural and conjunctural changes resulting from the fourth industrial revolution in progress. Automation is the process by which man's work is replaced by machines, which produce more precisely, faster and economically. The advantages of this process – the rapidity of the production of goods – is opposed to the unemployment and social disparity that it causes. Historically, workers have competed with the evolution of the methods of production, automation and robotics, since the First Industrial Revolution, being replaced by more efficient machines, generating the obsolescence of humans. About that conflict, humans versus machines, companies seeking more efficiency in the means of production and profit lead workers to relax their rights, losing others, trying to keep their job. The so-called Fourth Industrial Revolution is marked by the convergence of the physical, digital and biological world. However, the revolution will affect the market, generating an uneven distribution of income. The results will have a considerable influence on the issue of State security, as well as the configuration of global geographic policy, even on ethics and morals The methodology used is the analysis of statistical data, as well as the doctrinal and legislative framework, in order to offer a critical and conciliatory result between economic growth and human development.

PALAVRAS-CHAVE: responsabilidade social; quarta revolução industrial; automação; desemprego tecnológico; flexibilização de direitos trabalhistas; Síndrome de Burnout.

KEYWORDS: social responsibility; fourth industrial revolution; automation; technological unemployment; flexibilization of labor rights; Burnout Syndrome.

SUMÁRIO: Introdução; 1 Automação: conceito e contextualização; 2 Globalização e impacto nas relações de trabalho; 3 Responsabilidade social das empresas: contextualização e perspectivas para o futuro; 4 Exercício da responsabilidade social pelas empresas no contexto de automação; 5 Efetiva proteção do direito do trabalhador diante da automação; 6 Perspectivas e alternativas regulatórias; Conclusão; Referências.

SUMMARY: Introduction; 1 Automation: concept and contextualization; 2 Globalization and impact on work relations; 3 Corporate social responsibility: contextualization and perspectives for the future; 4 Exercise of social responsibility by companies in the context of automation; 5 Effective protection of workers' rights in the face of automation; 6 Perspectives and regulatory alternatives; Conclusion; References.


Texto completo:

PDF

Referências


BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra da Silva. Comentários à Constituição do Brasil. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 24. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.

______. A Constituição aberta. São Paulo: Malheiros, 2004.

BORGES, Ângela; DRUCK, Maria da Graça. Crise global, terceirização e exclusão no mundo do trabalho. Caderno CRH, n. 19, Salvador, p. 22– 45, 1993. BRASIL. Constituição Federal. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: . Acesso em: 9 jan. 2015.

BRASIL. Superior Tribunal Federal – MI: 618 MG, Relator: Min. Cármen Lúcia, Data de Julgamento: 29.09.2014. Data de Publicação: DJe-192 01.10.2014.

CAMARGO, Luiz Rogério. Resenha Obra John Williamson, do International Institute for Economy, Revista de Economia Política, v. 24, n. 4, p. 96, Out./Dez., 2004.

CARDOSO, Carlos Cabral. Comportamento organizacional e gestão. Lisboa, Portugal: Universidade do Minho, 2006.

CARMO, Paulo Sérgio do. A ideologia do trabalho. São Paulo: Moderna, 1992.

CATTANI, Antonio David. Trabalho e tecnologia: dicionário crítico. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.

CHOMSKY, N. O lucro ou as pessoas: neoliberalismo e ordem global. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

GIFE, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas. São Paulo, 2004. Disponível em: . Acesso em: 8 jun. 2006.

IANNI, O. A internacionalização do capital: teorias da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.

INSTITUTO ETHOS. Disponível em: . Acesso em: 24 ago. 2017.

MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, César. Responsabilidade social e cidadania empresarial: a administração do terceiro setor. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.

______. Gestão de responsabilidade social coorporativa. O caso brasileiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Quality Mark, 2001.

MURARO, Rose Marie. A automação e o futuro do homem. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1969.

PASSOS, Fernando. O impacto da globalização da economia nas relações individuais e coletivas de trabalho. Revista Ltr, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 339, mar., 1998.

RITZER, George. The McDonaldization of Society. SAGE. 8 ed. 2004.

SARMENTO, Daniel. Direitos fundamentais e relações privadas. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.

SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016.

THE TRUE COST. Direção: Andrew Morgan, Produção: Michael Ross, 2015. Disponível em: .


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2021 Gina Vidal Marcílio Pompeu, Cezar Luiz Bandiera